domingo, 14 de junho de 2009

"O que tem de errado em " O Senhor dos Anéis?"

Não tem como escapar. Se você não quiser se sentir como um refugiado afegão, é obrigado a assistir a trilogia de “O Senhor dos anéis”. E até eu, que não me interessei de início pela saga, fui obrigado a me render. Acabei conquistado pela exuberância da história. Mas, com o olhar crítico de quem não é um hobbit, percebi alguns “probleminhas” nos filmes da série. Sob o risco de ser queimado vivo na fogueira dos fanáticos ensandecidos, fiz aqui uma lista das dúvidas que me deixaram encucado:

1. As batalhas: talvez seja a falta de bibliotecas ou de acesso à Internet, mas os humanos do filme são ruins de estratégia na hora de guerrear. Eles sempre passam o maior sufoco para defender uma cidade. Ninguém pensou em usar óleo quente para derrubar sobre as muralhas e fritar os exércitos do mal? E ninguém lembrou de usar flechas incandescentes (até as bestas dos Orcs já conhecem o truque, vide o final de “As Duas Torres”)? Todo castelo costuma ter fosso para atrapalhar a vida dos invasores, menos na Terra Média. No filme, os heróis preferem técnicas irracionais como sair todo mundo correndo de espada em punho e peito aberto pra cima da bicharada de cara feia. No mundo de “Senhor dos Anéis”, mais vale um bravo morto do que um esperto vivo.

2. As tropas: os exércitos de “O Senhor dos Anéis” são os mais submissos do mundo. Os soldados são atirados para batalhas suicidas, enfrentam dragões e marcham dias e dias sem descanso. E tudo isso sem nem uma medalinha. Ninguém se revolta? Ninguém faz greve? Basta fazer um discurso empolgante estilo “Pela glória da morte em batalha, hoje é dia de sangue!” e todos saem gritando doidos para serem massacrados.

3. Hobbits lutadores: curioso... Os hobbits são criaturas pacatas que passam o dia fumando erva (aliás, que catzo de erva é essa? Dá barato? Vem da Jamaica?). Nunca pegaram em armas antes. E, de repente, quatro deles viram guerreiros mortais, capazes de matar fileiras inteiras de Orcs sedentos. Será que alguém descolou aqueles programinhas de treinamento do Matrix?

4. Os pés dos hobbits: quero saber quem é o pedicuro dos Hobbits. Frodo e companhia passam os filmes andando léguas e léguas descalços, pisando em espinhos e escalando pedras escaldantes. E nada, nem um “ai”, nem um calo. Será que existe uma filial do Dr. Scholl na Terra Média?

5. Os nomes: filme que envolve mágicos e cavaleiros é sempre assim, tudo tem um nome místico. Não existe floresta, pão ou espada. É sempre algo como: “Floresta Negra da Morte Eterna”, “Pão Virgem das Pradarias Andaluzas” e “Espada Sagrada de Mont´Chimor” ou coisa que o valha. E tem um monte de raças e personagens com nomes estranhos. Meia hora de filme e você já está confundindo tudo. É mais enrolado que novela da oito.

Se você leu tudo isso de forma isenta, sabe que as perguntas procedem. Se não foi o caso, provavelmente você é um daqueles fãs xiitas e já está pensando em invadir a minha casa com um punhado de guerreiros armados de espadas. Desista. Já chamei uns Jedis para defender o meu pedaço. Vai encarar?